21/01/2008

OS TRÊS "QIs" DE NOSSAS VIDAS


(Baseado numa entrevista da Profa. Dana Zohar, publicada na Revista Exame)
Adalgiza Pacheco

Um tipo de organização neural (dos nervos, neurológica) permite ao homem realizar um pensamento racional lógico. Este pensamento dá ao homem o seu
QI, ou inteligência intelectual.
Outro tipo de organização neural dá ao homem o seu QE, ou inteligência emocional, permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional.
Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de “insights”, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que se formulam e transformam os tipos anteriores de pensamentos, medidos através de quocientes, ou Q’s. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Para identificarmos o Q precisaríamos responder três perguntas:
QI – Como é?
QE – Para que?
QS – Porque?
Ao conhecer a realidade exterior, o homem tenta criar uma correspondente realidade interior, e dentro de si terá um reflexo das coisas que o circundam. São seus pensamentos, expressos por suas opiniões lógicas. Por exemplo: Como é uma flor? Como ela se apresenta, em que partes? A haste é comprida e dura (o galho), a flor em si é menos compacta, tem cores, odor? Ao responder estas simples perguntas o homem estará revelando o seu QI, ou inteligência intelectual, situando dentro de uma estrutura mental os valores lógicos, como por exemplo, o menor cabe dentro do maior, mas o maior não cabe dentro do menor, etc. De sua capacidade intelectual se estabelece um índice que mede o seu QI.
Outra estrutura neural facilitará a análise da utilidade de uma flor, para que ela serve (por exemplo, como “útero” em que serão depositados os elementos germinativos, o pólen, etc., outro exemplo, como identificador de beleza, etc). Isso possibilitará fixar um índice de QE, inteligência emocional, cujos componentes são como já o dissemos os hábitos, os padrões e as emoções produzidas pela realidade.
Finalmente uma terceira estrutura neural (o ponto de Deus no homem), leva-lo-á a formular a inevitável pergunta “Porquê?”. A tentativa, ou tentativas de responder esta pergunta, tem um poder transformador. O QS, inteligência espiritual, permite-me perguntar se quero ver, gostar, presentear, criar, criar diversidades, etc, divulgar uma flor, se quero trabalhar nos limites da situação proposta pelo meu QI e QE? O QS daria a finalidade última para o conhecimento de um realidade, e seria o reconhecimento de nossas possibilidades mais altas de, pelo exemplo acima, como utilizar uma flor a serviço de uma boa relação com as pessoas, o meio ambiente, a espiritualidade, etc.
O QS – quociente espiritual tem a ver com o que algo (QI) significa para mim, e não apenas como as coisas afetam minha emoção (QE) e como eu reajo a isso. A espiritualidade (QS) sempre esteve presente na história da humanidade.
O mundo material, dos negócios, atravessa uma crise de sustentabilidade. Suas atitudes e práticas atuais, centradas apenas em dinheiro, estão devastando o meio ambiente, consumindo recursos esgotáveis, criando desigualdade global, conduzindo a uma crise de liderança nas empresas e destruindo a saúde e o moral das pessoas que trabalham ou cujas vidas são afetadas por elas. Espiritualidade nos negócios significaria simplesmente trabalhar com um sentido mais profundo de significado e propósito na comunidade e no mundo, tendo uma perspectiva mais ampla, inspirando os funcionários de uma empresa a produzir mais e melhor, por lhe dar um sentido para o que faz. Isto seria, por exemplo, a aplicação do QS na vida econômica das pessoas.
A situação atual, sem QS desenvolvido, não nos permite saber qual é o jogo que jogamos nem quais as regras. Falta-nos um sentido profundo de objetivos e valores fundamentais. Essa crise de significado é a causa principal do estresse na vida moderna e também das doenças. A BUSCA DO SENTIDO É A PRINCIPAL MOTIVAÇÃO DO HOMEM. Quando esta necessidade deixa de ser satisfeita, a vida nos parece vazia. No mundo moderno a maioria das pessoas não está atendendo esta necessidade.
Podemos detectar os sintomas de uma crise atual, pois desde que surgiu o capitalismo há 200 anos, tudo que importa é o lucro imediato. Isso criou uma cultura destituída de significado e de valores mais profundos. Nós apenas queremos mais dinheiro. Mas para quê? Para quem? Trabalhamos para consumir. É uma vida sem sentido. Isso afeta o moral tanto de dirigentes como de dirigidos, a produtividade e a criatividade das pessoas caem. E também afasta dos negócios preocupações mais amplas como o meio ambiente, a comunidade, o planeta, a sustentabilidade. O mundo corporativo é um monstro que se autodestrói porque lhe falta uma estrutura mais ampla de significado. Há uma profunda relação entre a crise da sociedade moderna e o baixo desenvolvimento do nosso QS, ou seja, a inteligência espiritual.
Um homem espiritualmente inteligente, com alto QS, é inspirado pelo desejo de servir, uma pessoa responsável por trazer visão e valores mais altos aos demais, e mostrar como usar tais valores. Pessoas com alto QS são gente como o Dalai Lama, Nelson Mandela, Mahatma Ghandi, Chico Xavier, e outros. Eles todos estão preocupados com a comunidade, todos tem muita espontaneidade, visão e valores com uma perspectiva mais ampla.
Segundo Dana Zohar existem 10 (dez) qualidades essenciais para se ter um alto QS – quociente de espiritualidade:
1 – Praticar e estimular o auto – conhecimento profundo.
2 – Ter valores morais. Ser idealista.
3 – Ter capacidade de encarar e utilizar a adversidade.
4 – Ser holístico (pacificador, solidário, amigo).
5 – Aceitar a diversidade (diferenças) de seres e pessoas.
6 – Procurar a independência.
7 – Perguntar sempre “porquê?”.
8 – Ter capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo.
9 – Ter espontaneidade.
10 – Ter compaixão.
Conclusão:- Não basta saber como é uma coisa. Não basta ter emoções sobre esta coisa. É preciso perguntar porquê, e tornar esta coisa socialmente útil.
Conclusão espírita (proposta):- Não basta conhecer o Espiritismo, se bem que é necessário conhecer o Espiritismo. Não basta se sentir melhor com isso. É preciso utilizar o conhecimento para propagar educação, saúde, proteção ao meio ambiente e principalmente desenvolver a fraternidade (a caridade) que ajude nossos irmãos em suas caminhadas. Sobre o Espiritismo não basta ter bom QI – quociente de inteligência intelectual, nem grande QE – quociente de inteligência emocional, é preciso também ter dilatado o QS – quociente de inteligência espiritual. Três são as inteligências: A intelectual, a emocional e a espiritual. Pesquisas divulgadas recentemente e divulgadas por cientistas de várias partes do mundo, noticiam a descoberta do chamado “Ponto de Deus”, no cérebro humano, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas. É uma terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Ter alto QS implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção pessoal. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.

RABISCADO POR MIM, GABI GABRIELA.

10/01/2008

CLIMA ORGANIZACIONAL



por Washington Sorio *

Atualmente torna-se cada vez mais necessário à área de Recursos Humanos mensurar suas ações através de procedimentos que possam respaldar ao máximo sua atuação nas organizações.

O objetivo é transformar a área num RH estratégico cuja atuação está alinhada aos planos de negócios. Mas como fazer? Como criar um RH que funcione como agente de mudanças e que vai além do simples gerenciamento do capital humano, apoiando iniciativas e planos de ação que contribuem para a execução das estratégias do negócio.

Contamos com algumas ferramentas que podem nos ajudar neste objetivo, mas é sobre o Clima Organizacional que vou dar alguns “insight” de como podemos realizar este trabalho.

Mas afinal o que é Clima? Clima é a percepção coletiva que as pessoas têm da empresa, através da experimentação de práticas, políticas, estrutura, processos e sistemas e a conseqüente reação a esta percepção.

E o que é uma Pesquisa de Clima Organizacional? É um instrumento voltado para análise do ambiente interno a partir do levantamento de suas necessidades. Objetiva mapear ou retratar os aspectos críticos que configuram o momento motivacional dos funcionários da empresa através da apuração de seus pontos fortes, deficiências, expectativas e aspirações.

Mas por que pesquisar? Porque cria uma base de informações, identifica e compreende os aspectos positivos e negativos que impactam no Clima e orienta a definição de planos de ação para melhoria do clima organizacional e, conseqüentemente, da produtividade da empresa.

Esta atitude da empresa eleva bastante o índice de motivação, pois dentro desta ação está intrínseco a frase "estamos querendo ouvir você", "você e sua opinião são muito importantes para nós". A crença na empresa se eleva sensivelmente.

A Pesquisa de Clima é uma forma de mapear o ambiente interno da empresa para assim atacar efetivamente os principais focos de problemas melhorando o ambiente de trabalho.

Hoje, neste mundo tão cheio de transformações, em meio à globalização, fusões e aquisições, as empresas devem, cada vez mais, melhorar seus índices de competitividade e para isso ela depende quase que única e exclusivamente de seus Seres Humanos - motivados, felizes e orgulhosos dos valores compartilhados com a organização.

Pesquisas indicam que colaboradores com baixos índices de motivação, utilizam somente 8% de sua capacidade de produção. Por outro lado, em setores/áreas/empresas onde encontramos colaboradores motivados este mesmo índice pode chegar a 60%.

As empresas precisam manter o índice de motivação de seus colaboradores o mais elevado nível possível de forma que este valor passe a ser um dos seus indicadores de resultado.

É importante dizer que a Pesquisa de Clima deve sempre estar coerente com o planejamento estratégico da organização e deve contemplar questões de diferentes variáveis organizacionais, tais como:

§ O trabalho em si – com base nesta variável procura-se conhecer a percepção e atitude das pessoas em relação ao trabalho, horário, distribuição, suficiência de pessoal, etc;

§ Integração Setorial e Interpessoal – avalia o grau de cooperação e relacionamento existente entre os funcionários e os diversos departamentos da empresa;

§ Salário – analisa a existência de eventuais distorções entre os salários internos e eventuais descontentamentos em relação aos salários pagos por ouras empresas;

§ Estilo Gerencial – aponta o grau de satisfação do funcionário com a sua chefia, analisando a Qualidade de supervisão em termos de competência, feedback, organização, relacionamento, etc;

§ Comunicação – buscar o conhecimento que os funcionários têm sobre os fatos relevantes da empresa, seus canais de comunicação, etc;

§ Desenvolvimento Profissional – avalia as oportunidades de treinamento e as possibilidades de promoções e carreira que a empresa oferece;

§ Imagem da empresa – procura conhecer o sentimento das pessoas em relação a empresa;

§ Processo decisório – esta variável revela uma faceta da supervisão, relativa à centralização ou descentralização de suas decisões;

§ Benefícios – apura o grau de satisfação com relação aos diferentes benefícios oferecidos pela empresa;

§ Condições físicas do trabalho – verifica a Qualidade das condições físicas de trabalho, as condições de conforto, instalações em geral, riscos de acidentes de trabalho e doenças profissionais;

§ Trabalho em equipe – Mede algumas formas de participação na Gestão da empresa;

§ Orientação para resultados – Verifica até que ponto a empresa estimula ou exige que seus funcionários se responsabilizem efetivamente pela consecução de resultados.

Além de ouvir seus funcionários sobre o que pensam em relação a essas variáveis, as empresas deveriam também conhecer a realidade familiar, social e econômica em que os mesmos vivem. Somente assim poderão encontrar outros fatores do clima organizacional que justificam o ambiente da empresa.

Não existe uma Pesquisa de Clima padrão. Cada empresa adapta o questionário a sua realidade, linguagem e cultura de seus funcionários.

Para que a empresa tenha sucesso na mensuração do clima organizacional é necessário: credibilidade no processo, sigilo e confiança.

As principais contribuições que podemos obter da Pesquisa de Clima são:

§ O alinhamento da cultura com as ações efetivas da empresa;
§ Promover o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores;
§ Integrar os diversos processos e áreas funcionais;
§ Otimizar a comunicação;
§ Minimizar a burocracia;
§ Identificar necessidades de treinamento e desenvolvimento;
§ Enfocar o cliente interno e externo;
§ Otimizar as ações gerenciais, tornando-as mais consistentes;
§ Aumentar a produtividade;
§ Diminuir o índice de rotatividade;
§ Criar um ambiente de trabalho seguro;
§ Aumentar a satisfação dos clientes internos e externos.

Depois de refletir no texto, deixo a seguinte questão: Podem os profissionais de RH continuar a transferir aos empresários a responsabilidade pela “não” implantação do Clima Organizacional como ESTRATÉGIA FUNDAMENTAL para o sucesso da organização? Sabemos que de números e resultados os empresários entendem e muito bem... E nós de RH, entendemos bem nosso papel e responsabilidade neste processo?

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